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sábado, 3 de dezembro de 2016

Artes Visuais ComCiência – Patricia Piccinini



Artes Visuais

ComCiência – Patricia Piccinini

 

ComCiênciaPatricia Piccinini Para trazer a questão das mutações genéticas para o território da arte, a artista australiana Patricia Piccinini se utiliza do realismo como linguagem, apresentando ao espectador um universo de criaturas desconhecidas, porém palpáveis e surpreendentemente afetuosas. ComCiência, um neologismo que carrega sentido duplo, conectando consciente e ciência, propõe ao público um percurso narrativo entre esculturas, desenhos, fotografias e vídeos. Curadoria: Marcello Dantas.

Com técnicas de cinema, escultura e animação, Patrícia as mistura com o conhecimento científico para produzir imagens tridimencionais de seres que hoje nos parecem surreais, mas com os quais, com o passar do tempo e a convivência, poderíamos nos acostumar.



Na obra acima, chamada O Tão Esperado, podemos ver a transformação do tempo e o amor entre as espécies. A criatura, aparentemente mais velha, foi inspirada em um dugongo (animal que deu origem ao mito das sereias) e descansa no colo de um menino. Assim, vemos que existe harmonia entre ambos no plano real, e também no plano do sonho que compartilham, nos mostrando que o tempo da genética ultrapassa o tempo da consciência da vida e, ainda, que o tempo de espera torna-se irrelevante diante do tempo do amor.

 

 A Flor Bota, acima, é a obra mais recente da artista. Feita a partir de uma bota de couro, simboliza a transformação de um animal em um objeto, que vira vegetal. É uma flor que põe ovos e tem em si um desejo de reprodução e, consequentemente, de sobrevivência. Posta em uma sala e rodeada por flores em forma de ovário, articula a fragilidade da flor com a assertividade da bota no universo feminino. 


 
Além disso, e se criássemos animais para proteger espécies mais frágeis? Foi assim que Patrícia deu vida a criaturas de rosto ameaçador, mas bem intencionadas. Nessa obra, o encantamento está nos olhos da criança e o estranhamento nos nossos. Assim, nos perguntamos: o que é bonito? Quando é que aprendemos a rejeitar outros seres? Inspirada em uma frase do pensador alemão Goethe, que diz que "a beleza é um convidado bem vindo em qualquer lugar", o ser aparentemente do mal, divide cena com um pavão, um animal cuja a maior vantagem seletiva é a beleza. Suas penas coloridas pouco servem para lutar ou caçar, mas destacam-se por sua exuberância, o que nos coloca a pensar sobre a percepção e a construção do que é realmente considerado belo.